fim de tarde, pôr-do-sol dourado e até que a morte os separe.
Despertou dos seus pensamentos com batidas na porta, Túlio era mesmo impaciente. Nem esperou que Thiago abrisse a porta e já foi entrando, tropeçando em umas caixas na entrada.
- Ei cara, você tem que arrumar essa bagunça! Ai, que droga! – Ele falou rápido, sentando-se no sofá e massageando o tornozelo que colidiu com uma das caixas, o que fez com que ela virasse e todo o seu conteúdo se espalhasse pelo chão da sala.
- E nós realmente precisamos ir. Você não pode chegar atrasado, fiquei responsável por você, simplesmente me matariam se você chegasse depois da hora combinada. – Continuou ele, ainda fazendo caretas por conta da dor no tornozelo. No meio de alguns livros e CDs que caíram da caixa, Thiago viu a pequena caixinha de veludo vermelho que procurava.
- Achei! – gritou ele eufórico. - Agora podemos ir.
- Esse smoking realmente ficou bem em você. O meu está apertado na gola, isso incomoda muito. Eu pedi a Nanda para fazer alguma coisa, ela mandou que eu parasse de comer doces durante a noite. Essas mulheres, cada vez mais complicadas. – Túlio atravessou a bagunça da sala até a porta.
- Mas não é ela quem faz os doces?
- Por isso digo que são complicadas, faz os doces e deixa na geladeira, e reclama quando eu os como. O que posso fazer? São deliciosos!
Thiago riu do irmão e abriu a porta do apartamento. Pensou que quando entrasse de novo por aquela porta, seria com sua esposa nos braços. Túlio sempre lhe despertava desses devaneios, foi assim o caminho inteiro até a porta da igreja.
- Thiago, acorda! Já chegamos! – ele cutucou o braço do noivo distraído.
Era infinitamente junho. E ele devia esperar por alguém. Já sabia que rosto desejava encontrar.