quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

começo então, pelo fim.


23 de dezembro de 2OO8, 7 da noite, dia de chuva, ruas estavam molhadas e os olhos de Alice também.


- Alice, eu não te amo mais. – em quatro anos de namoro, nada doeu tanto de ouvir, e aquela voz dura, e extremamente aliviada. Será que tudo foi tão ruim assim? Pensei em muitas coisas pra dizer “tudo bem Thiago, se é assim que você quer” não, não posso me fazer de coitadinha, “eu também não te amo mais” acho que não é uma boa idéia mentir, acabei não falando nada, simplesmente recoloquei o telefone no gancho com toda a força que encontrei. Fiquei olhando um tempo pro porta retrato em formato de coração já meio desbotado que foi presente de um ano de namoro. Nele, uma foto em que nos abraçávamos e sorríamos pra câmera, acho que na nossa melhor época. Após me ocorrer várias lembranças daqueles dias felizes, arremessei o porta retrato contra a janela. E agora, além de um coração partido, certamente havia cacos de vidro no chão. Fui ao banheiro, lavei o rosto e encarei meus olhos inchados por um tempo. Tenho 19 anos, sou linda e inteligente, porque mesmo vou me importar com um idiota que me enrola desde os tempos de colégio? Traições, mentiras, acho que já fazia muito tempo que ele não me amava mesmo, então tanto faz. Enxuguei as novas lágrimas que escorriam, tirei a aliança prateada e deixei que escorregasse por entre meus dedos. Fechei os olhos e ouvi um barulho metálico... Ah sim. A aliança. Foi pelo ralo.


por Alice.